A escrita, como o design, não é apenas uma forma de comunicar, mas um processo. Escrevendo, abrimos válvulas de escape para nossos incômodos e desejos e, ao organizá-los na página, somos capazes de elaborar melhor nossas motivações, descobrir ideias que nem percebemos que estavam se formando, crescendo em algum lugar inconsciente. Escrevendo deixamos até que sentimentos do nosso tempo e cultura se infiltrem no nosso texto e fiquem registrados, para bem e para mal, inspirando críticas e debates no futuro. Para que seja possível aprender, precisamos registrar.
Queremos que a Recorte seja um espaço em que designers explorem sua relação com a profissão, suas frustrações, pequenas obsessões, seus pontos de vista e suas propostas para o futuro. Nossa atividade é frequentemente instrumentalizada para homogeneizar histórias e modos de ver diversos. Serviu como ferramenta para simplificações e generalizações, das quais hoje já temos o suficiente. Esperamos ampliar outras vozes e contribuir para um discurso mais variado e complexo, mais particular e menos universal, sobre design.
Recorte, em uma pesquisa, é definir um assunto. Em design, é definir uma silhueta, uma forma. Com recortes se faz uma colagem. Nosso desejo é que na Recorte você encontre textos informativos, curiosos, engraçados, sérios, indignados, emocionais, experimentais, curtos, longos, falando sobre livros, pessoas, conceitos, objetos, soluções e problemas. Tudo o que é, passa por ou passa perto do design, vale.
Os textos que inauguram a Recorte fizeram parte das leituras complementares do Clube do Livro do Design, um projeto organizado pela designer Tereza Bettinardi, que reúne participantes de todo o Brasil em torno da leitura sobre a prática do design e temas relacionados. São resenhas e ensaios que explicam, expandem ou criticam as questões apresentadas nos livros.
Toda semana você encontra um novo texto. Para não esquecer, siga @revistarecorte no Instagram.